Em S. Cristóvão, decorre agora
a fase final do projecto de Verónica Conte, «ViverCor – Corabitando».
Depois de um levantamento de elementos gráficos realizado pela artista
ao longo de Novembro/Dezembro, junto da população, e de uma exposição
realizada, segue-se agora o tempo para realizar as pinturas nas casas
dos habitantes. Desenhos ou frases escolhidas pelos próprios irão
habitar as casas do lado de fora, dando à aldeia novas cores e
expressões.
O projecto faz parte do doutoramento em Design da artista, na
Faculdade de Arquitectura|UTL, sob o tema «A Cor na fachada
arquitectónica residencial – identidade, cultura e
participação pública». Surge na sequência de um ano de trabalho de campo
em Buenos Aires, onde tem estudado e acompanhado intervenções nas
fachadas da cidade inseridas em projectos de artistas, ou designers, em
processos participados, por vezes acolhidos por ONGs ou apoiados pelo
Gobierno de la Ciudad (Câmara Municipal).
Uma vez que esta proposta se materializa na acção da pintura de
fachadas, penso que é um factor determinante, para um projecto desta
natureza, a sua autorização e acolhimento por parte da autarquia onde se
efectuar. Assim, vejo na oportunidade de realizar esta residência um
tempo privilegiado de experimentação, onde poderiam ser dados os
primeiros passos na direcção de um projecto mais amplo.
VIVERCOR – CORABITANDO é uma proposta de acção onde num trabalho conjunto com residentes, de uma rua ou lugar, se transforma o espaço público, por meio da pintura de fachadas. Esta pintura é feita sob um conceito-projecto
em diálogo entre quem propõe e os habitantes. É graças a uma construção participada que é obtida a singularização das fachadas arquitectónicas, é pretendido efectuar uma expressão de habitar, resgatar memórias e conduzir a uma actualização ou desenvolvimento de elementos visuais identitários, dos intervenientes. Os lugares assim transformados podem eles mesmos catalizar novos pontos de partida, para outras acções no espaço público. Num campo mais vasto, esta proposta utiliza e trabalha a arquitectura – a fachada – como lugar de expressão, e lugar estético (Jacques Maquet). Convoca elementos de trabalho criativo, executados pelos habitantes desse mesmo lugar, que no caso de Montemor-o-Novo podem trazer ou antes re-introduzir para a fachada a espontaneidade da arte popular ou ingénua, num projecto participado. Procura assim atender a uma pesquisa estética do encontro, tendo como horizonte teórico os conceitos introduzidos por Nicolas Bourriaud, explorados por Paul Ardenne e entre nós por Marta Traquino. Ancorando-se nos valores do design social e sustentável, defendidos por Ivar Holm e J. R. Ehrenfeld, respectivamente, esbatem-se as fronteiras entre a arte e a vida, procurando abrir portas para um desenvolvimento integral do indivíduo e sociedade. Ao pensar o conjunto de fachadas aproxima-se da construção da paisagem, re-colocando atenção nos lugares e entorno humano, num tempo de desespacialização. Verónica Conte
VIVERCOR – CORABITANDO é uma proposta de acção onde num trabalho conjunto com residentes, de uma rua ou lugar, se transforma o espaço público, por meio da pintura de fachadas. Esta pintura é feita sob um conceito-projecto
em diálogo entre quem propõe e os habitantes. É graças a uma construção participada que é obtida a singularização das fachadas arquitectónicas, é pretendido efectuar uma expressão de habitar, resgatar memórias e conduzir a uma actualização ou desenvolvimento de elementos visuais identitários, dos intervenientes. Os lugares assim transformados podem eles mesmos catalizar novos pontos de partida, para outras acções no espaço público. Num campo mais vasto, esta proposta utiliza e trabalha a arquitectura – a fachada – como lugar de expressão, e lugar estético (Jacques Maquet). Convoca elementos de trabalho criativo, executados pelos habitantes desse mesmo lugar, que no caso de Montemor-o-Novo podem trazer ou antes re-introduzir para a fachada a espontaneidade da arte popular ou ingénua, num projecto participado. Procura assim atender a uma pesquisa estética do encontro, tendo como horizonte teórico os conceitos introduzidos por Nicolas Bourriaud, explorados por Paul Ardenne e entre nós por Marta Traquino. Ancorando-se nos valores do design social e sustentável, defendidos por Ivar Holm e J. R. Ehrenfeld, respectivamente, esbatem-se as fronteiras entre a arte e a vida, procurando abrir portas para um desenvolvimento integral do indivíduo e sociedade. Ao pensar o conjunto de fachadas aproxima-se da construção da paisagem, re-colocando atenção nos lugares e entorno humano, num tempo de desespacialização. Verónica Conte
Podem consultar-se aqui as
propostas e simulações das pinturas que se irão realizar ao longo do
mês de Maio/Junho. Mais informações sobre a Residência Artística de
Verónica Conte através de oc@oficinasdoconvento.com.
Informação retirada do site de: OFICINAS DO CONVENTO.
Um comentário:
Já existem pinturas ou será que o Sancristovense anda distraído?
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